26 Abril 2024

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São Filipe: É difícil ser compreendido quando se tem razão antes do tempo - Pedro Pires

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São Filipe, 22 Jul (Inforpress) – O patrono da escola secundária de Ponta Verde, Pedro Pires, disse hoje durante a cerimónia de atribuição do seu nome àquela infra-estrutura que “é difícil ser compreendido quando se tem razão antes do tempo”. O antigo primeiro-ministro de Cabo Verde e ex-presidente da República, ao discursar no acto de atribuição do seu nome à escola secundária de Ponta Verde, cuja escolha motivou uma onde de protesto, sobretudo nas redes sociais, deu algumas explicações sobre aquilo que considera ser “grande incompreensão sobre o liceu”. Disse que, na altura, em que pronunciou a frase, o país estava a preparar reforma do ensino e ele estava a estudar várias experiências, nomeadamente da República Democrática Alemã, da França e das Ilhas Papua visando a escolher um modelo que melhor servisse as ilhas, indicando que, na altura, como aliás o tempo lhe veio dar a razão, defendia um sistema não de conhecimento apenas abstracto mas de conhecimento da própria realidade visando o desenvolvimento do país. Segundo o ex-Presidente da República, na altura defendia e continua a defender que o conceito da educação em Cabo Verde deve reflectir sobre realidade e apostar na vertente de formação profissional e não apenas na aquisição de conhecimento abstracto/teórico. Com relação à atribuição do estabelecimento de ensino o seu nome, Pedro Pires afirma receber esta homenagem como sentido de reconhecimento e homenagem, observando que deseja que outros combatentes possam usufruir de distinção idêntica e ver gravados seus nomes nas instituições públicas do géneros e nas toponímias das cidades cabo-verdianas. “O meu compromisso com a ilha do Fogo assenta em dois valores: o amor e a honra”, disse o patrono da escola secundária de Ponta Verde, anotando que “do amor desprende a humildade e a solidariedade sincera e, a honra, cuja sociedade foguense é fiel depositaria, que deve ser cultivado entre as pessoas para o bem de todos”. Ao emprestar o seu nome à escola, Pedro Pires deixou uma mensagem aos professores e alunos da escola no sentido de fazer desta instituição de ensino um verdadeiro polo de aquisição de conhecimento e de experiencia para o desenvolvimento da ilha, devendo valorizar aspectos socioculturais. “A instituição de uma escola não se trata de simples aspirações e exigência dos foguenses, mas enquadra-se num projecto político de desenvolvimento e de materialização gradual do compromisso em matéria de educação”, disse Pedro Pires, que exortou as autoridades governamentais presentes na cerimónia no sentido de introduzir temáticas relacionadas com a história, cultura e realidade das ilhas nos conteúdos programáticos para um melhor conhecimento da realidade do país. O patrono da escola secundária de Ponta Verde mostrou-se disponível para colaborar com a escola e de se deslocar a este estabelecimento de ensino para orientar palestra sobre a experiência e conceito de educação para Cabo Verde. Refira-se que, nas proximidades da escola foram colocados alguns dísticos com mensagens relacionados de contestação de atribuição de nome da escola a um cidadão, conforme Sebastião Baptista, que “nunca quis instituir um estabelecimento de ensino, como liceu, fundamental para o desenvolvimento da educação, na ilha do Fogo”. No final da cerimónia, os dísticos não se encontravam no local e, segundo Sebastião Baptista, um elemento da Polícia Nacional, por ordens superiores, que não soube precisar de quem partiu, teria mandado retirar os dísticos, pagando dois mil escudos a dois jovens para prestação desse serviço. Apesar da sua retirada, Sebastião Baptista disse que a mensagem que se pretendia divulgar passou e teve reflexo junto das pessoas que participaram no acto de atribuição do nome de Pedro Pires à escola de Ponta Verde. JR/CPInforpress/Fim

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