São Filipe: É doloroso investigar sobre o Fogo estando na ilha - Alberto Nunes

Sábado, 06 Junho 2015
Actualizado a 05/06/2015, 22:47 São Filipe, 06 Jun (Inforpress) – O autor do livro “Chã das Caldeiras: História, cultura & potencialidades, 1912-2014”, apresentado hoje na cidade de São Filipe, classificou de “dolorosa a tarefa de investigar sobre o Fogo estando na ilha”. Para o professor de história Alberto Nunes, que edita a sua segunda obra literária, o trabalho de investigação é difícil devido à inexistência no Fogo de documentos da própria ilha, que, segundo o mesmo, estão na Cidade da Praia ou fora do país. No seu caso em concreto, disse que não teve de sair do país à procura da documentação necessária, porque contou com a colaboração de amigos da diáspora. Outra razão apontada por Alberto Nunes e que torna difícil o trabalho de investigação e consequente publicação prende-se com o financiamento, indicando que tem sido humilhante o trabalho de mobilizar parceiros neste sentido. A Inforpress soube que a documentação relativa ao Fogo que, em tempos, estava arquivada na ilha foi transferida para o Arquivo Histórico Nacional com a promessa de ser conservada e devolvida à origem, mas que uma outra parte foi “atirada” para o lixo devido à pouca sensibilidade das autoridades locais. Apesar disso, o autor agradeceu os parceiros que tornaram possível a edição deste livro cujo objecto de estudo é a localidade de Chã das Caldeiras, região turística por excelência, do município de Santa Catarina e da ilha do Fogo, e que retrata aspectos ligados a história, cultura, potencialidades de Chã das Caldeiras, durante mais de um século. O investigador cultural e professor liceal Fausto do Rosário que, conjuntamente com o professor Carlos de Pina, co-apresentou o livro, exortou aos professores, alunos, guias turísticos, operadores e promotores de casas de cultura a adquirirem um exemplar para melhor conhecerem e falarem da realidade da ilha, o que também ajuda a divulgar o Fogo e a sua gente. Recomendou igualmente os académicos e investigadores a terem um exemplar para que, através do debate científico, fundamentem novas conclusões e propostas, além de ser uma oportunidades para compreenderem melhor Chã das Caldeiras e a ilha. O co-apresentar formulou votos para que este livro de Alberto Nunes seja um motivo de reflexão para todos os decisores políticos, sobretudo aqueles que exercem o poder local, de modo que as suas decisões reflictam a idiossincrasia que confere aos foguenses originalidade enquanto povo. Depois da apresentação e numa conversa informal com o edil de Santa Catarina, João Aqueleu Barbosa Amado, Fausto do Rosário aconselhou a editar a obra em versão inglesa e francesa para uma maior divulgação do seu conteúdo. JR Inforpress/Fim